terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Em busca de novos destinos

Alexandre Vaz. Foto: Helen Lima
Paris, Nova York, Londres, Buenos Aires. São essas as cidades que vêm à sua cabeça quando você pensa em viagem? Talvez seja hora de expandir seus horizontes. Conhecer lugares pouco explorados, fora das rotas convencionais de turismo, pode proporcionar experiências diferentes e baratear o passeio. “Durante uma visita a Parati com outros dois amigos, resolvemos ir à Praia do Sono, que fica distante da cidade, com acesso restrito a barcos. Nos cinco dias que ficamos nessa praia, gastamos o mesmo valor que um dia em Parati”, compara o empresário Alexandre Vaz.

Em busca de uma nova visão de mundo e a vivência de culturas distintas, viajantes contam com a internet para descobrir destinos que não se encontram nos tradicionais guias turísticos. “De acordo com o gosto de cada um, é possível organizar passeios e visitas a locais diferentes e não tão balados”, explica o supervisor de logística Fernando Palacios, que planeja conhecer o Vietnã e o Tibete ainda neste ano.

Os entrevistados também garantem que a interação entre os turistas é mais intensa em destinos considerados alternativos. “Como as pessoas conhecem pouco do local e não há muitas informações disponíveis, elas são mais abertas ao diálogo, troca de dicas e se tornam companhias para passeios”, afirma Fernando. Foi assim que o estudante Raphael Barbosa fez novos amigos, em viagem ao vilarejo de Punta Del Diablo, no Uruguai. “Parecia que eu estava em uma cidade fantasma, à noite, no frio e sem nenhum estabelecimento ao redor. Dirigindo pelas ruas do lugar encontrei um casal de argentinos que estavam na mesma situação. Nos juntamos na busca e enfim encontramos um hostel. Terminamos a noite conversando e mantemos contato até hoje”, conta Raphael.

Neste podcast, Alexandre Vaz destaca outra vantagem nas viagens para lugares diferentes:
O lado negativo 

Para os entrevistados, a grande desvantagem nesse tipo de passeio é a falta de estrutura dos locais, que não estão preparados para receber turistas. As poucas opções de hotéis e transporte podem dificultar o processo. “Quando viajei para a Bolívia peguei um ônibus em condições terríveis, com galinhas pelos corredores e pessoas dormindo no bagageiro”, lembra Fernando Palacios.

A falta de informações sobre o local também podem atrapalhar os planos do viajante em questões como câmbio, gastronomia e idioma nativo. Apesar dos percalços, essa ‘desinformação’ é vista pelos entrevistados como uma certa vantagem, pois permite experiências diferenciadas. “Tudo é novidade, a expectativa é menor e a diversão tende a ser maior”, conclui Raphael Barbosa.

Para quem se interessou pela ideia...
...confira um bate-papo com Fernando Palacios, que conta como foi sua viagem à Tanzânia, na África.


Leia também: Viajantes inveterados - as histórias e dicas de quem está sempre com a mala pronta em busca de novos destinos

Perfil dos entrevistados

Em comum, todos possuem o espírito viajante e a preferência por destinos alternativos:


Alexandre Vaz – Administrador de Empresas – 24 anos
Já viajou para países como Croácia, Polônia e Bolívia. Confira algumas fotos de suas viagens. Fotos: Arquivo Pessoal.





Fernando Palacios – Supervisor de Logística – 28 anos
Já conheceu a Tanzânia, Venezuela e pequenas cidades do Japão. Veja nas fotos. Fotos: Arquivo Pessoal.




Raphael Barbosa – Estudante – 24 anos

Mochileiro de mão cheia, já percorreu mais de 14 mil Km da América do Sul de carro, além de conhecer o México. Confira as imagens. Fotos: Arquivo Pessoal.


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Alta temporada pode ser um mau negócio


Férias escolares dos filhos, folga no trabalho, verão, início de ano. Esses parecem ser os motivos perfeitos para uma viagem, porém, por se tratar de uma época em que a maioria das pessoas pega a estrada, o passeio pode se tornar um transtorno. Hotéis e pousadas lotados, precarização de alguns serviços por conta da alta demanda e preços elevados são alguns dos problemas que podem surgir.

O estudante Antonione Grassano embarcou no dia 10 de janeiro para Orlando, nos Estados Unidos. A compra da passagem com pouca antecedência fez com que ele pagasse três vezes mais no valor do que o mesmo trecho em baixa temporada. Para evitar prejuízos como esse, o agente de viagens Rafael Cooper aconselha um planejamento prévio de 3 meses, no mínimo. “Para Salvador, por exemplo, a ida e volta compradas com antecedência custam cerca de R$500,00, enquanto que em cima da hora chegam a custar até R$1000,00. O mesmo é válido para hotéis, resorts e cruzeiros”.

Nas cidades turísticas, os preços também sobem na alta temporada. No Rio de Janeiro, que recebe o maior número de visitantes nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, os valores estão tão altos que viraram motivos de protesto. Foi criada no Facebook a página “Rio $urreal”, que denuncia os valores “exorbitantes” e propõe o boicote a produtos e serviços que custam acima do normal. Dentre os “abusos” expostos na página, está a comparação no preço de um copo de açaí em diferentes temporadas: em novembro, R$6,90; em dezembro, R$7:50; perto do reveillon, R$ 9,00.

Foto de capa da página do Facebook "Rio $urreal"

O aumento no preço dos imóveis também é criticado na página. Ronan Fernandes, proprietário de um apartamento na Região dos Lagos (RJ), conta que o valor do aluguel nos primeiros meses do ano aumenta de 80% a 100%. “O dinheiro arrecadado nesta época cobre as despesas do apartamento até dezembro”, afirma.

O que fazer para garantir uma boa viagem

O agente de viagens Rafael Cooper aconselha àqueles que possuem disponibilidade de datas, a viajar na baixa temporada. “Na Europa, por exemplo, nos meses de março, abril e maio o frio rigoroso do inverno já passou e os preços ainda não aumentaram, sendo assim um bom período para viajar. O mesmo vale para os meses pós verão do hemisfério norte, como setembro e outubro. Com isso você evita desembolsar mais do que deve e também escapa do tumulto”.

Felipe Barbosa e os amigos no Rio. Foto: Helen Lima
Para aqueles que não possuem datas flexíveis e saem de férias durante a alta temporada, a dica é fugir dos destinos tradicionais. Mesmo nas cidades turísticas é possível economizar com muita pesquisa e boas indicações. No ápice do verão carioca, o professor Felipe Barbosa recebe os amigos de diferentes partes do país em sua casa, no bairro do Grajaú. Só neste mês de janeiro, mais de 10 pessoas já frequentaram o local. Ele conta que procura levar os visitantes a restaurantes e bares menos convencionais. “Levo meus amigos para os lugares que frequento. Não são os locais mais famosos da cidade, mas possuem excelentes serviços e preços justos, além de um atendimento especial, já que não estão abarrotados de gente”. Outra prática do professor é propor passeios ao ar livre e gratuitos. “O Rio de Janeiro proporciona diversas opções de lazer baratas e acessíveis, basta fugir das rotas convencionais”.

Confira imagens do Parque Lage, no Rio de Janeiro, uma das indicações de lazer gratuitas do professor Felipe Barbosa.




Leia mais:
10 coisas (quase de graça) para se fazer no Rio de Janeiro

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Viajantes inveterados

As histórias e dicas de quem está sempre com a mala pronta em busca de novos destinos
24 anos de idade, mais de 20 países visitados. A estudante Gisele Rocha concilia a rotina de estudo e trabalhos no Brasil com o planejamento de viagens para os mais diversos destinos. Somente neste ano, Gisele já visitou o Chile – inclusive a Ilha de Páscoa, Peru e Bolívia, além de passear pelo sul do país. A estudante conta que o gosto por conhecer novos lugares surgiu na infância, inspirada pelo pai, que viajava a trabalho com frequência. “Em datas especiais, como aniversário e natal, eu pedia viagens de presente”, recorda.
Diogo Moreira. Foto: Helen Lima
Foi também com o pai que o designer Diogo Moreira começou a se aventurar em novos destinos. Atualmente, ele vai uma vez ao ano para o Canadá, onde trabalha como guia em um parque de ciclismo na cidade de Whistler. Diogo afirma que gostaria de viajar mais e planeja colocar o pé na estrada outras vezes no futuro. “Hiperatividade sempre foi uma característica marcante da minha personalidade. Sempre estive em busca do novo, do desconhecido e do diferente”.
Para conseguir viajar com frequência, informação é fundamental. Com a ajuda da internet, é possível pesquisar preços de passagens, roteiros e hospedagem (confira links abaixo). Diogo destaca outros pontos essenciais na hora de definir um roteiro. “É importante saber as particularidades do local para onde se está indo, especialmente em destinos internacionais. Uma reserva de dinheiro, vacinas caso necessário e um seguro saúde completo são imprescindíveis”.
A busca por conhecimento, novos lugares e pessoas motiva viajantes a sair da zona de conforto, colocar uma mochila nas costas e partir em direção ao desconhecido. Será que existe desvantagem nisso tudo? Gisele Rocha enumera algumas: “depois de algum tempo fora, você passa a sentir falta da sua rotina, da comida típica do seu país e de coisas que você fazia em sua terra natal e não pode fazer no país de destino”. Diogo Moreira afirma que não consegue pensar em nenhuma adversidade. “Saudade, talvez? Mas essa é uma sensação gostosa que torna o ir e o voltar ainda mais prazerosos. Na minha humilde opinião, acho que quem está em desvantagem é aquele que nunca se permitiu sair em uma viagem”.
Quando viagem e trabalho se misturam
Mateus Stock. Foto: Helen Lima
O Consultor de Ti Mateus Stock tem uma rotina de dar inveja em muitos viajantes. Por trabalhar com tecnologia da informação, ele não precisa ir ao escritório diariamente, podendo cumprir suas tarefas de qualquer lugar – desde que tenha um computador e internet. Ele garante que isso facilita a programação de viagens. “Trabalho em uma empresa dos Estados Unidos, onde vou cerca de 5 vezes por ano. Essa rotina frequente de viagens me fez gostar de conhecer novos destinos e, agora, sempre que tenho oportunidade, parto em direção a um lugar diferente”.
A paixão por viagens também pode motivar novos negócios. É o caso do empresário Bruno Ferreira, que criou uma marca de camisetas com essa temática, a Puriy. As estampas, criadas e desenhadas por ele, são baseadas em experiências de viagens, simbologias relacionadas ao tema e também à diferentes culturas. “A proposta é tentar fazer ilustrações mais subjetivas para que cada um consiga tirar um significado único para querer adquirir uma camiseta”, explica Bruno.
Camiseta Índia. Foto: Puriy

O empresário destaca que os viajantes são um nicho de mercado promissor, comparando-os com os apaixonados por esportes, música e cinema. “O público que tem como modo de vida viajar tem orgulho disso, gosta de mostrar para as outras pessoas o que é mais importante para eles “. 
Confira dicas de viagem de quem entende do assunto! Gisele Rocha e Mateus Stock dão uma mãozinha no seu planejamento, dando dicas interessantes sobre passagens, roteiros, hospedagem, economia, idioma e bagagem!